Certa vez Luiz Gonzaga
disse que gostaria de ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito o
seu povo, o sertão, que cantou os animais, os padres, os cangaceiros, os
retirantes, os valentes, os covardes, o amor, mas na verdade Luiz Gonzaga foi
muito mais que isso, ele traduziu para o mundo a alma nordestina através do seu
modo diferente e inovador de tocar a sanfona, criou uma identidade musical e
assim quebrou muitos preconceitos e revolucionou a música popular brasileira,
carregou consigo o sentimento de seu povo, impulsionou o forró e ainda
influencia diretamente na carreira de centenas de artistas não só nordestinos e
também de outros gêneros musicais.
Além da admiração
declarada de nomes como Gilberto Gil, Fagner, Elba Ramalho, Dominguinhos, e até
mesmo os Beatles, o rei do pop brasileiro, o hitmaker Lulu Santos foi
além da palavra e reverenciou o Rei do Baião num show no circo Tihany em março
de 1986, pouco tempo antes, o sucesso Tudo Azul, que deu nome ao seu
terceiro disco, lançado em 1984, traz na melodia composta por Lulu modulações
nordestinas e a letra que diz "Eu nunca fui o Rei do Baião/ Nem sei fazer
chover no sertão" foi feita por seu parceiro Nélson Motta que afirma: "Foi a melodia que puxou. Parece que a
letra tava lá." Diz Nélson Motta que afirma ser essa a música que mais
aprecia das que fez em parceria com Lulu. E não ficou por aí nos anos 1990,
Lulu Santos incluiu Asa Branca em seus shows a música
que ainda faz parte de seu repertório de shows.
Além da influência na
música e de mostrar ao mundo as belezas e agruras do sertão mestre Lua também
contribuiu muito para o desenvolvimento da região e de seu povo. Criou em Exu,
sua terra natal o Parque Asa Branca e a fundação Vovô Januário, que existem até
hoje e tem como objetivo valorizar e cultivar a cultura nordestina, como já apresentamos aqui.
Em vida Luiz Gonzaga
deixou um imenso legado. A morte do mestre deixou uma lacuna na música
brasileira que ainda não foi preenchida, 23 anos após a sua
morte.
Algumas homenagens que
permitem com que Luiz Gonzaga não seja esquecido e seja adimirado também por
novas gerações. São museus e estátuas do Rei do Baião espalhados por diversas
cidades do nordeste, como Exu, campina Grande, Recife e
Caruaru.
O desejo de Luiz Gonzaga
se cumpriu e cabe a nós continuar sua caminhada em prol da cultura nordestina e
não deixar que seu nome se apague da história das futuras gerações. Vem com a
gente nessa?
+1 #1
17/04/2012
01:38
Esse texto descreve com perfeição a vida do Gonzagão. É preciso muita sensibilidade para relatar quem era o Rei, o nosso grande Rei do Baião!
E viva o Forró!!!